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Passagens MENSAGENS DO DESERTO – Uma nova forma de escutar o instante


Livro: MENSAGENS DO DESERTO – Uma nova forma de escutar o instante

Autor: Roberto Crema - Unipaz

O livro apresenta poemas que foram inspirados em oito madrugadas, por uma voz que Roberto Crema chamou de “O Vento do Deserto”. A obra contém comentários obre os versos, os quais foram escritos 11 anos depois para enriquecer e ampliar a significação das mensagens. Quando adquiri esse livro que inclusive vem com um cd de músicas inspiradoras de Marcus Vianna, não imaginava a beleza e a riqueza de aprendizado que ele me traria. Foi uma viagem de auto conhecimento através dos poemas e dos comentários de Roberto. Uma trajetória iluminada pela sabedoria e delicadeza que só Roberto possui.




 

“Tudo é impermanente, tudo é vir a ser. Quem me fez mal já se transformou e não existe mais; aquele que sofreu a injustiça já não é este que está passando agora. Para que seguir carregando este fardo que não me permite dançar a existência? ... É somente quando a crispação somática e a levitação corporal desaparecem, que o perdão foi completamente logrado.

Página 28

Perdoar a si mesmo, perdoar o outro, perdoar a tudo e a todos é transpor a última barreira, alvorada da paz. O perdão nos torna inteiros e o canto da paz é um transbordamento natural da consciência de inteireza” .

Página 29

...todas as palavras tocam profundamente no meu ser, é como se essas palavras fossem bálsamos para minha consciência Compreendo além das palavras e percebo o quão além significa a palavra perdão. A paz está em se sentir liberto de corpo e alma das amarras dos sentimentos de magoa, ressentimento e tristeza. A impermanência é a sabedoria do agora, no instante tudo aquilo que tinha significado desaparece, e só permanece a memória de fatos que já não existem mais. Libertar é deixar ir.

CQ

 

“Como peregrinos dos desertos do tempo e do espaço, viajamos sempre, rumo ao alvo de nós mesmos. Do espaço para o infinito. Do tempo para a eternidade.

Precisamos ser ativistas da consciência, em permanente plantão, na realidade de vigília e na realidade onírica. Eis porque se torna fundamental aprender a repousar entre um passo e outro, entre um sonho e outro, entre uma respiração e outra.”

Página 58

...eu amo esse termo de peregrino e o deserto vem como sempre uma imagem maravilhosa de andar na impermanência das areias. Viajar rumo a mim mesma é o que mais me deixa em contato com o Grande Mistério, percebo a cada dia que passa que meu projeto de resgatar em mim e nos viajantes a alma peregrina como uma forma de acessar todas as realidades do tempo e espaço. Um passo de cada vez, num ritmo cadenciado da passada, e no instante ínfimo entre cada uma delas. Ter essa consciência é transformar uma simples caminhada numa conexão com o infinito.

CQ

 

“A única diferença significativa é que na prisão, a pessoa sabe que está presa! E sonha com a sua libertação, enquanto, na normose do cotidiano, as pessoas se iludem que já são livres! Com uma catástrofe decorrente: iludidas por esta suposta liberdade, se isentam de lutar pelo despertar, pela real libertação! As grades mais sutis, da ignorância existência, são muito mais efetivas do que as de ferro e de concreto!... A liberdade, para a qual nascemos, é uma conquista do exercício árduo de um processo de individuação, em que a tarefa imprescindível é a do despertar para a condição de Sujeito. Lograr a autoria da própria existência, eis a questão! A gaiola dos apegos do ego é que nos encerra na ilusão do que os hindus denominam de samsara, o mundo ilusório das projeções, do auto esquecimento. A mais trágica e verdadeira prisão, é da ignorância existencial, o exilio do self, o esquecimento do Ser.”

Página 109

...não sei mais o que dizer dessas palavras tão sabias e reais no dia a dia. Todos os dias percebo o quanto a ilusão do ego, de controle, conhecimento e normas nos aprisiona cada dia mais. Somos encarcerados de imagens, de referências estéticas, de diplomas, de padrão financeiro e acima de tudo projetamos cada dia mais aquilo que não conseguimos acomodar internamente. A cada dia mais e mais pessoas estão distantes e esquecendo quem realmente são, seus potenciais genuínos, suas qualidades afetivas e sua luz existencial.

CQ

 

“O Mistério cuida de quem não se descuida de sua missão. O que mais importa, no palco existencial, é honrar uma promessa que todos fizemos, quando nos convocamos a existir numa coordenada de tempo-espaço. O juramento sagrado nos convoca para a Vocação e o Serviço...”

Página 114

... sentir a presença do Plano Divino a cada dia da minha missão é me sentir honrada de poder estar aqui nesse espaço-tempo cumprindo minha missão divina. Tento me curvar a cada dia diante do meu juramento e servir a tudo e todos que compõe esse caminho. O serviço é algo antigo na minha eterna existência, sei que servir é estar entregue ao que o Grande Mistério impõe no meu caminhar.

CQ

 

“Passos lentos, ritmo justo, na consciência de que, numa maratona, quem corre demais jamais chega ao destino. Andar devagar para não tardar. Passo após passo, no aconchego do sossego de quem aprendeu a habitar no intervalo que há no coração de tudo. Porque nós nos tornamos aquilo para o qual olhamos.”

Página 128

...o ritmo lento da mente e dos pensamentos me ajudam a sentir o instante entre uma respiração e outra, no fazer através do sossego e da magia de que tudo tem seu tempo de existir, ou não. Andar devagar é um exercício diário que faço com a consciência de que o tempo linear não me interessa.

CQ

 

“Ser areia de deserto levada pelo vento e, ainda assim, ser Sopro de Vida. Ser nada e Tudo ser. Ponte sobre as polaridades, maravilhamento da missão de conciliar os opostos, como bem e mal, anjo e demônio, dia e noite. Se a inveja é a incapacidade de admiração, só resta aos devas, que não admiram a complexidade misteriosa do projeto humano, inveja-lo.

Existir como ser humano implica nesta abertura para todas as polaridades, que precisam ser reconhecidas, aceitadas, integradas e superadas. Além da luz e da sombra é onde habita a Grande Vida. Vastidão e sutiliza de uma Luz que contem, em si, a luz e assombra, Luz do Ser.”

Página 141

...o equilíbrio dos opostos é a uma das grandes metas que venho buscando para minha própria vida, e tentando ensinar as pessoas a aceitar que tudo que somos - é vida. Menos do que isso é prisão do ego, limitações impostas pela necessidade de amor e aceitação. Existir é muito mais que estar vivo; é se permitir emanar toda grandeza e privilegio de estar aqui nessa existência com a possibilidade de fazer dela sua grande obra do despertar.

CQ

 

Então compartilhem comigo suas percepções, sentimentos e emoções caso já tenham lido este livro e também o que moveu

no coração ao ler essas passagens, mesmo sem conhecê-lo.


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